segunda-feira, 20 de outubro de 2014

MPF recomenda cumprimento dos protocolos para ebola no porto de Santarém

Notícia da chegada de navio graneleiro que fez parada na Guiné, um dos países mais afetados pela epidemia, expôs falta de preparo do porto e das autoridades sanitárias para controle da doença 
O Ministério Público Federal e o Ministério Público do Estado do Pará recomendaram à Secretaria Municipal de Saúde de Santarém, à Secretaria de Saúde do Pará e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária que tomem medidas para garantir a aplicação do protocolo para controle do vírus ebola no porto da cidade, no oeste do Pará. A cidade é sede do porto graneleiro da Cargill, que recebe muitos navios vindos do continente africano. Nesse fim de semana, a notícia de que aportaria um navio vindo da Guiné, país gravemente afetado pela epidemia de ebola, expôs o despreparo das autoridades para lidar com a situação.
Em Santarém não existe equipe de investigação epidemiológica para fazer vistoria nos navios. Em toda a região amazônica, existe apenas um ponto de fiscalização fitossanitária para a entrada de navios na bacia, que fica no Amapá. O navio M/V Stoja, com bandeira das Bahamas, fez uma parada na cidade de Conacri, na Guiné, um dos principais focos da epidemia, e seguiu para Santarém. Ao passar pelo Amapá, teve permissão da Anvisa para prosseguir a viagem. Diante da comoção pública com a chegada do navio, a Cargill cancelou a atracação e o M/V Stoja não parou em Santarém.
Ontem (18/10), quando o navio ainda estava fundeado no Amapá, houve reunião de emergência na sede do MPF em Santarém, procuradores da República, promotores de Justiça, autoridades ambientais, portuárias e sanitárias. Como resultado, a cidade terá que se preparar para ter condições de cumprir integralmente o protocolo do Ministério da Saúde para controle de ebola.
“Ficou comprovado que o município de Santarém não está preparado para o atendimento dos casos suspeitos de ebola, seja na ótica do paciente, seja na do profissional de saúde, ou mesmo para proceder à ativação do nível 2 do plano de contingência nacional de prevenção e controle do ebola”, diz a recomendação do MPF.
Pela recomendação, as secretarias de saúde estadual e municipal devem, imediatamente, providenciar todas as condições para cumprir o plano de contingência e atender casos suspeitos do vírus. A Anvisa deve instalar um ponto de investigação epidemiológica no porto de Santarém para fiscalizar navios provenientes de países atingidos pelo surto.
Veja a íntegra da recomendação Procuradoria da República no Pará Assessoria de Comunicação