
“Nós cumprimos com a nossa obrigação ao outorgar a cessão de direito à Coomigasp, como determina a legislação mineral”, declarou o chefe do DNPM no Pará, Every Aquino, sob os olhares atentos dos garimpeiros e seus líderes. Além de Aquino, assinaram o documento Gessé Simão e Heleno Costa, vice-presidente de Operações da mineradora canadense Colossus Mineralls, empresa responsável pelas pesquisas e detentora do direito de exploração mecanizada do ouro de Serra Pelada. Segundo Aquino, como técnico ele tinha de dizer que a Coomigasp cumpriu com todas as exigências ditadas pela lei. A certa altura de sua manifestação, o diretor convocou todos os delegados e representantes de entidades ligadas à causa garimpeira para que também assinassem o documento.
Simão disse que a etapa mais importante da retomada da lavra de ouro tinha sido vencida. “Não foi nada fácil, foi na base de muita luta e persistência dos garimpeiros. Eles nunca deixaram de acreditar que o sonho poderia virar realidade”, acrescentou o presidente da Coomigasp. Para ele, o ministro Edison Lobão, a governadora Ana Júlia e os representantes do DNPM tiveram papel importante na outorga da cessão de direito. Os problemas políticos que surgiram, dificultando o encaminhamento da solução em favor dos garimpeiros, na opinião de Simão, “foram superados pelo entendimento”.
REDENÇÃO
Para explorar as jazidas de ouro de alto teor que hoje se encontram a mais de 200 metros de profundidade, a Coomigasp teve de abandonar sua condição de cooperativa, até então improdutiva, para se transformar em uma empresa rentável com a finalidade de gerar emprego e renda para seus associados. A entidade e a Colossus criaram uma empresa chamada Serra Pelada Desenvolvimento Minerário, para administrar a produção do ouro e distribuição dos dividendos entre 40 mil garimpeiros. Quem investiu capital na pesquisa foi a Colossus.
O presidente da Associação Nacional dos Garimpeiros de Serra Pelada (Agasp-Brasil), Toni Duarte, vê na cessão do direito mineral à cooperativa a “redenção de milhares de trabalhadores que esperaram mais de 25 anos para ter a mina de volta”. Duarte prevê que a geração de emprego e renda em Serra Pelada levará para a região desenvolvimento econômico com distribuição de riqueza.
Heleno Costa, da Colossus, enalteceu a união dos garimpeiros em torno da implantação da mina e a confiança que os investidores da empresa canadense têm sobre eles. A parceria entre a Coomigasp e a Colossus já gera empregos para 181 pessoas da comunidade de Serra Pelada. “Com a implantação da mina vamos gerar muito mais”. No dia 14, segunda-feira, a Colossus entrega à Secretaria de Meio Ambiente (Sema) os estudos e o relatório de impacto ambiental da futura exploração de ouro no garimpo