Com votação favorável a prosseguimento do processo, Senado decidirá futuro do mandato.
Nocauteado por 367 votos na Câmara dos Deputados, 25 a mais do que o necessário, o mandato da presidente Dilma Rousseff foi convertido, depois do mais longo e nervoso domingo da história política brasileira, em um animal agonizante.
A estocada decisiva veio às 23h7min, pela voz do parlamentar Bruno Araújo (PSDB-PE), depois de nove horas de sessão. Representou a culminância e o desenlace de um conturbado período de quatro meses e meio que paralisou o país, levou multidões às ruas e dividiu a nação em duas facções.
Com o voto de Araújo, que provocou explosões de júbilo no plenário da Câmara e em muitos lares e ruas brasileiros, estava aceito o processo de impeachment contra Dilma. A ex-guerrilheira que entrou triunfalmente para a História como primeira mulher a assumir a Presidência conhecia o reverso da moeda. Era colocada diante da perspectiva de deixar o poder sem glória ou honra e de permanecer nos livros, para as gerações futuras, como a governante impopular e inábil enxotada do Palácio do Planalto apenas um ano e meio depois de amealhar 54,5 milhões de votos.