
Ontem, após a chegada de mais representantes das aldeias, o grupo de aproximadamente 150 indígenas decidiu ocupar também o campus da UFPA. Depois de uma reunião com a coordenação do campus Altamira, as aulas e outras atividades foram suspensas. A UFPA tem atualmente 1.200 alunos no município. Até a rua que dá acesso ao campus está interditada. De acordo com o presidente do Conselho Indígena do Xingu, Luís Xipaia, todos estão dispostos a ir até as últimas conseqüências. “Se não houver acordo com o governo, nos próximos dois dias, mais de cinco mil índios estão descendo das aldeias para reforçar os protestos. Nós estamos dispostos a lutar pelos nossos direitos até as últimas conseqüências”.
REESTRUTURAÇÃO
Os dois povos Araras, os Assurinis, Arawetés, Juruna, Kuruaya, Kayapó, Parakanã, Xipaya e Xikrin foram surpreendidos com a publicação do decreto 7.056, de 28 de dezembro de 2009, no qual a presidência da Funai apresenta a proposta de reestruturação do órgão.
De acordo com eles, os serviços prestados pelo FUNAI na região do Xingu são de extrema importância. “Como vamos ficar sem apoio para o que precisamos?”, questionou um cacique Kaiapó. O atendimento à saúde, educação, entre outras necessidades, segundo eles, está comprometido. “Só queremos nossos direitos”, disse Paulo Kuruaia.