
Quando analisaram os estudos, Manolopoulos e sua equipe perceberam que nem toda a gordura é produzida da mesma maneira no corpo: a gordura que fica no abdômen é considerada mais ativa do que aquela que fica na parte inferior do corpo. Este tipo de gordura se quebra mais facilmente, resultando na liberação de substâncias chamadas de citosinas, ligadas a doenças cardiovasculares, resistência à insulina e diabetes. Além disso, uma pesquisa realizada em 2008 descobriu que a gordura abdominal em ratos aumenta a inflamação e está ligada ao endurecimento das artérias, o que aumenta o risco de ataques cardíacos.
Já a gordura na parte inferior do corpo produz hormônios benéficos, que protegem o corpo contra estas doenças. Além disso, este tipo de gordura ajuda a prender ácidos graxos, que, quando liberados no corpo ou localizados em outros órgãos, aumentam o risco de diabetes e doenças cardíacas. Além disso, Manolopoulos explica que é por causa destes ácidos que é tão difícil emagrecer no bumbum e nas coxas: “A gordura que vai para lá fica lá”, diz.
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Os pesquisadores não conseguiram, entretanto, descobrir como o corpo decide onde irá distribuir a gordura, mas acreditam que o fator genético é forte nesta questão. Além disso, a distribuição da gordura entre homens e mulheres também varia bastante. As mulheres têm uma tendência maior a ter mais gordura saudável na parte inferior do corpo, enquanto os homens tendem a acumular gordura no abdômen. “Só o fato de ser mulher e ter hormônios femininos já ajuda a proteger contra doenças cardiovasculares”, afirma Manolopoulos. Entretanto, explica o pesquisador, a menopausa modifica os hormônios, fazendo com que as mulheres acumulem mais gordura na barriga, aumentando o risco de doenças cardíacas e diabetes para patamares semelhantes aos dos homens da mesma idade.