Foi preso, na tarde de ontem em Altamira, sudoeste do Pará, o empresário Adão Rodrigues, apontado como o líder do esquema de tráfico de pessoas para exploração sexual na região do Xingu. Gaúcho, ele se entregou na Superintendência Regional do Xingu, em Altamira, onde já estava com mandado de prisão decretado pela Justiça. Rodrigues e a companheira dele, Solide Fátima Triques, são donos da boate "Xingu", de onde, na semana passada, uma adolescente de 16 anos fugiu e denunciou um esquema de exploração sexual por meio de cárcere privado. Do local, três mulheres e uma travesti, que se prostituíam, e outras 14 mulheres, que estavam alojadas na casa de prostituição, foram resgatadas. Mais cedo, à tarde, a mulher de Adão foi presa, ao se apresentar na Polícia Civil. Ela confirmou em depoimento que, junto com Adão, comandavam um esquema de tráfico de pessoas para exploração sexual na boate "Xingu", situada na zona rural a 10 quilômetros de dois canteiros de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, em Vitória do Xingu. O delegado Cristiano Nascimento, titular da Superintendência, informou que o preso deverá ser interrogado, nesta sexta-feira, por volta de 8 horas da manhã, em Altamira. Ele será ouvido novamente no inquérito, pois, na sexta-feira da semana passada, ele chegou a se apresentar, na Delegacia de Vitória do Xingu, onde foi ouvido em depoimento pelo delegado Lindoval Borges. Ao policial civil, na ocasião, o empresário admitiu que era responsável em arregimentar jovens para a prostituição na boate e que essas mulheres eram vindas de outros Estados brasileiros. Ele alegou ainda que não sabia da existência de uma adolescente na boate "Xingu", pois ela teria apresentado um documento de identidade como maior de idade. Na verdade, a carteira pertence à irmã da jovem, que já é adulta, mas tem muita semelhança física com a menina. Ao ser ouvido, ressalta o delegado Cristiano, Adão não tinha mandado de prisão. Agora, com as novas informações surgidas durante o inquérito, o empresário terá muitas perguntas a responder. O inquérito tem prazo até este sábado, 23, para ser concluído. O delegado pretende remeter ainda nesta sexta-feira, ao Fórum de Altamira, o relatório conclusivo das investigações. Adão Rodrigues permanecerá recolhido no Sistema Penitenciário de Altamira. Ainda, conforme o delegado, Adão e Solide deverão ser transferidos, nos próximos dias, de avião, para presídios na Região Metropolitana de Belém. Com Informações PC-PÁ