terça-feira, 22 de junho de 2010

Em ato no Pará, Lula defende construção de Belo Monte

Lula participou do 'Ato por Belo Monte e pelo desenvolvimento do Xingu'. A hidrelétrica é alvo de contestação dos ambientalistas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira (22), em Altamira, no Pará, a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará. Segundo Lula, a construção levará em conta os aspectos ambientais e gerará empregos para a região. “Vamos utilizar energia limpa e preservar o meio ambiente. É meu compromisso”, afirmou.
O presidente participou do "Ato por Belo Monte e pelo desenvolvimento da região do Xingu". Organizado pela governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), o evento contou com a participação de lideranças locais. Para evitar protestos, o evento foi realizado no estádio Bandeirão.
A hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará, é alvo de contestação dos movimentos sociais e de ambientalistas. Ambos alegam que os lagos da represa da hidrelétrica vão inundar 30 terras indígenas legais e afetarão um terço do município de Altamira.
Em relação aos jovens que realizaram protestos em Altamira contra a construção da usina, Lula recomendou paciência. “Se tivessem paciência de ouvir, aprenderiam o que eu já aprendi. Quando eu tinha a idade deles, eu ia para o Paraná participar de manifestações contra a construção de Itaipu”, disse.
“Naquele tempo diziam que Itaipu inundaria a Argentina, que chegou a ameaçar o Brasil com a construção de uma bomba atômica. Por falta de informação diziam que o lago de Itaipu iria provocar terremoto e mudar o clima da região. É por essas fantasias construídas que a gente não pode ter medo de debater”, completou o presidente.
No discurso, Lula disse que na construção de Belo Monte não serão repetidos os erros cometidos nas construções das usinas de Balbina e Tucuruí, que tiveram alto impacto ambiental. “Nunca mais vamos querer uma hidrelétrica que cometa o crime de insanidade que foi [a hidrelétrica de] Balbina, no estado do Amazonas. Não queremos repetir Tucuruí. Queremos fazer uma coisa nova”, disse.
Lula disse que se pudesse dar um conselho aos que são contra, diria que se engajassem no debate para definir como utilizar os recursos disponibilizados pelo governo para auxiliar as comunidades indígenas e ribeirinhas do Pará e cuidar das questões sociais. O presidente citou ainda a importância econômica de Belo Monte. “A hidrelétrica vai gerar industrialização e empregos. Ao invés de exportar minério de ferro, vamos exportar produtos com valor agregado”.
A usina de Belo Monte será a segunda maior do Brasil e a terceira do mundo com capacidade instalada de geração de mais de 11 mil megawatts.

G1