Pará - Ministério Público acompanha análises de laboratórios que analisam amostras de açaí produzido no interior do Pará e distribuído na Região Metropolitana de Belém. Segundo o promotor Marco Aurélio do Nascimento, a maior parte dos resultados aponta o produto como impróprio para o consumo.
A falta de higiene pode provocar um problema grave: o mal de Chagas, que atinge 4 milhões de brasileiros. A doença pode atacar o aparelho digestivo e provocar inflamações no coração e no cérebro.
O barbeiro infectado por um parasita transmite a doença pelas fezes. Na Amazônia, a contaminação também se dá por via oral, quando a pessoa ingere o açaí contaminado.
Segundo o Instituto Evandro Chagas, no Pará, o barbeiro infectado é triturado junto com o açaí em máquinas que separam a polpa do caroço.
RegistrosO Pará é o estado que apresenta o maior número de casos de doença de Chagas. No ano passado, foram 97. Este ano, o número quase dobrou: 187 pessoas ficaram doentes e uma morreu. Belém tem registrado surtos da doença.
A Secretaria Estadual de Saúde diz que o hábito de congelar a polpa do açaí não elimina o parasita. “O congelamento não é uma técnica que elimina o parasita da doença de Chagas. Ele permanece viável. De maneira nenhuma o açaí congelado oferece segurança para ser ingerido”, afirmou a coordenadora do programa de doença de Chagas, Eleneide Góes.
O Instituto Evandro Chagas explica que o açaí paraense vendido em todo o país e no exterior representa um risco menor de contaminação, desde que as indústrias façam a pasteurização. “A pasteurização é o processo mais adequado. É um processo físico que elimina o agente que transmite a Doença de Chagas e outros microorganismos”, comentou o pesquisador do Instituto Evandro Chagas Aldo Valente.
G1