MARIA DA PENHA - Número se refere às vítimas que formalizaram denúncias no Estado
De janeiro a julho deste ano, mais de seis mil mulheres procuraram a Divisão Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), da Polícia Civil do Pará. Quase 4 mil delas registraram ocorrências contra seus agressores. Outras 2.500 não formalizaram denúncias, mas buscaram outro tipo de atendimento. Os números foram divulgados pela delegada Alessandra Jorge, diretora da Deam. Reportagem publicada em jornal, na última terça-feira, mostrou que o Pará é o terceiro Estado em casos de violência doméstica, quando se leva em conta as denúncias feitas ao serviço de denúncia Ligue 180, específico para receber queixas de violência doméstica contra a mulher.
A delegada faz uma leitura positiva desses números. "O aumento do número de ocorrências significa que a mulher está tendo mais respaldo, enxergando maior receptividade para a demanda que ela está buscando, que ela está precisando. A leitura dos números é positiva. Indica que ela acredita que (a investigação) vai dar em alguma coisa", afirma. Antes, observa a policial, era maior o número de mulheres que, ao procurar a delegacia, preferiam buscar o atendimento social. "Elas preferiam uma conversa, ser atendida pela assistente social, um encaminhamento", afirma.
Hoje, porém, e depois da Lei Maria da Penha, essa realidade mudou. Atualmente, é maior o número das mulheres que procuram a Deam para fazer ocorrências. Tanto que, de janeiro a julho, enquanto exatas 3.942 fizeram ocorrências para denunciar seus agressores, 2.541 não optaram por essa alternativa.