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segunda-feira, 31 de maio de 2010

“Não sou candidato ‘laranja’”, assegura Domingos Juvenil

O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Domingos Juvenil (na foto), lançado na semana passada pré-candidato do PMDB ao governo do Estado, garante que sua candidatura não é “laranja”, não é apenas para fazer de conta.
Em conversa com o Espaço Aberto por telefone, o deputado assegurou que não acredita na possibilidade de uma disputa na convenção com o ex-deputado José Priante, disse que sua candidatura nasceu das “bases do partido” e confirmou que já está procurando partidos como o DEM, PDT, PR, PTB e outros para formar alianças.
A seguir, a entrevista.
A sua candidatura é “laranja”? Ou o senhor entra com pé firme para ganhar a eleição de outubro?
Claro. Veja bem. O partido não escolheria o presidente da Assembléia Legislativa do Estado, o presidente do Poder Legislativo para fazer uma candidatura laranja. A minha determinação, o meu compromisso, a minha experiência não seriam jogados por terra. Teria eu uma eleição tranqüila para deputado federal. Eu já fui três vezes deputado federal, inclusive constituinte. E a minha articulação estava toda pronta para deputado federal. Eu não a jogaria por terra para ser “laranja”. Portanto, a minha candidatura é séria, firme, indeclinável. Nós vamos trabalhar decididamente para ganhar a eleição. Portanto, seria natural que alguém pensasse que uma candidatura que não fosse da Ana Júlia ou do Jatene fosse um candidatura “laranja”. É até natural que no PMDB e em outros círculos se pensasse que qualquer outra candidatura, que não a do Jáder, fosse “laranja”. Poderia ser até natural se pensar isso. Mas no meu caso, não é. E não é por essas razões que eu acabei de lhe falar. Minha candidatura é seria, em defesa do Estado. E tenho experiência administrativa. Tenho experiência de Executivo. Eu sei como administrar.

Na reunião entre os deputados estaduais com o presidente do PMDB, Jader Barbalho, o senhor prometeu colocar à disposição do partido uma estrutura para o próximo pleito. Que tipo de estrutura o senhor vai oferecer numa eleição dessas, que, sabemos todos, será uma eleição cara?
Mas eu não me referi jamais à estrutura financeira. Eu falo da estrutura política, do meu passado político que une regiões enormes. É essa estrutura política construída ao longo dos anos que foi colocada em debate. A estrutura financeira, ela é necessária. Mas vem de colaborações, vem de tudo aquilo que a lei permite. Vem do partido, compreende? Portanto, não se entenda como estrutura financeira. Não, não. A estrutura financeira vem do que o partido proporciona, do que os companheiros proporcionam, as famosas doações legítimas, legais
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Se o ex-deputado José Priante resolver bater chapa na convenção para ser o candidato ao governo, o senhor acha que isso pode rachar o partido? Será saudável para o partido? O senhor vai conversa com o Priante? O que é que o senhor vai fazer?
Não há nenhuma possibilidade de rachar o partido e nem de bater chapa. Porque o candidato não pode ser candidato de si mesmo. Eu sou candidato do partido. O partido se reuniu, decidiu. Se o Priante fizesse isso, o que eu não creio que o fará, ele seria candidato de si mesmo. E o partido não racharia jamais porque o partido tem comando, o partido tem liderança maior, que participou de todos os debates, de todas as discussões. Portanto, não posse admitir uma situação dessa. Agora, é verdade, e isso a gente aprende na vida, que qualquer mudança enfrenta reações. Qualquer situação como esta, por exemplo, de uma candidatura séria como a minha, desagrada aqui, desagrada ali, dentro e fora do partido. Mas o candidato deve ter a capacidade, a paciência, a tolerância para conversar, articular e resolver isso. Não há dúvida: você não faz uma campanha sem ter problemas aqui, ali e acolá. E o meu nome não estava posto. Ele surgiu das bases. Eu não me ofereci. Ele surgiu das bases. A partir daí, eu me ofereci ao partido e coloquei meu nome numa reunião em que tudo foi bem discutido.

Deputado, a sua candidatura surpreendeu a todos nós, que especulávamos sobre os nomes do Hildegardo Nunes, do Priante e do deputado Parsifal Pontes como prováveis candidatos do PMDB. E também todos imaginávamos, inclusive aqui o blog, que o senhor estivesse desavindo com o deputado Jader Barbalho, por conta de uma suposta simpatia pelo governo Ana Júlia. Pois nós erramos: o senhor, que não era cogitado, é o pré-candidato; e a sua pré-candidatura demonstra que o senhor tem a confiança da direção do partido. A que o senhor atribui essas especulações errôneas?
Eu sou presidente de um Poder. E os três poderes do Estado, apesar de independentes – e eu mostrei a minha independência durante esse período -, eles têm a obrigação de preservar a harmonia. E então esta harmonia, o fato de eu receber os secretários, de eu receber a governadora em audiência, o fato de eu ser um homem pacífico pode ter levado a essas conclusões errôneas. Mas nunca que eu estivesse em lado oposto. Nada disso.

E as alianças. O senhor vai conversar com quem? A noiva, ao que parece, passou a ser o PR do vice-prefeito Anivaldo Vale. Em que termos o senhor vai conversar com o PR para conquistar o apoio do Anivaldo?
O PR é muito importante, mas não é só o PR. Nós temos o DEM, o PTB, o PDT, temos toda uma gama enorme de partidos com os quais vamos conversar. Temos o cargo de vice-governador que está em aberto. E vamos discutir mais: espaço político, administração de governo, essas coisas todas.

Fonte Espaço Aberto