Santarém - As chamas podiam ser vistas a distância. Do alto era possível ter uma idéia do estrago, 3 mil metros cúbicos de madeira destruídos pelo fogo. Esse foi o resultado do protesto que durava 30 dias na região. A madeira segundo, os ribeirinhos era extraída de forma ilegal da Gleba Nova Olinda. Porém, de acordo com Assis Barbosa, gerente de fiscalização florestal da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, o produto foi retirado de dois planos de manejo legais.“A madeira nova que eles alegam que não deveria está sendo retirada, foi extraída de planos de manejo recentes e a madeira mais velha foi retirada de planos de manejo antigos.” Disse.Desde o último dia 12 de outubro os ribeirinhos estavam acampados na praia do Pedrão que fica localizada na comunidade de São Pedro, na região do Rio Arapiuns, ainda no município de Santarém. Quatro balsas foram apreendidas por eles, duas vazias foram liberadas. Com uma área de aproximadamente 170 mil hectares, a Gleba Nova Olinda é parte de um conjunto de glebas estaduais sob responsabilidade do Instituto de Terras do Pará (Iterpa) - órgão fundiário do estado. O protesto visava chamar a atenção do governo. “Foi assinado aqui em Santarém um acordo que previa a suspensão de todos os planos de manejo, a destinação de uma área para as comunidades indígenas, além da criação do projeto agro-extrativista Mariazinha. Na prática isso não aconteceu. O governo não veio negociar nada e isso acabou acontecendo.” Declarou Manoel Edivaldo, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santarém.
Nesta quarta-feira uma comissão deve ir até a região para tentar resolver o impasse. Desta vez, representantes da FUNAI, Ministério Público Estadual (MPE) e Federal negociarão com os ribeirinhos.
Fonte: Notapajos