Um ano foi suficiente para saber que, definitivamente, esse governo entrará para a história de Uruará. Para entender o que foi esse ano para a política de Uruará, é necessário explicar a formação do governo para então partirmos para as diversas ações que foram feitas ao longo do ano de 2017.
GOVERNO NOVO, PRÁTICAS VELHAS
O discurso de ser o “novo” foi muito bonito em campanha, mas acabou ainda no dia 02 de Outubro de 2016. Não demorou para que o novo utilizasse das práticas velhas, começou pela Câmara de Vereadores. Decidiu unilateralmente quem seria presidente e domesticou a Câmara totalmente. É o primeiro governo a contar com 13 vereadores em sua base, ou seja, todos. Quando o executivo interfere dessa forma no legislativo a intenção é simples: ele quer como presidente o elo mais fraco e sem personalidade, para que concorde com tudo o que ele disser, sem questionamentos. Com a Câmara de Vereadores aos seus pés, era a hora de definir o secretariado. Quanto a isso, vou citar Maquiavel “A primeira impressão que se tem de um governante e da sua inteligência é dada pelos homens que o cercam”, e agora eu pergunto a você que está lendo: consegue lembrar o nome de pelo menos 4 secretários? Tenta... Conseguiu? Pois é, eu também não sei pelo mesmo motivo que você: são totalmente irrelevantes. Secretário nesse governo é um cargo de status, não resolve nada. Aliás, inaugurou-se até uma prática nova, a de secretário fantasma. Recebe sem trabalhar. Não que os outros tenham trabalhado tanto, mas esse em questão já havia se demitido, porém continuava na folha recebendo.
Com um time de secretários irrelevantes e a Câmara de Vereadores aos seus pés, o prefeito se tornou o único com voz ativa na política do município, nada acontece sem que ele permita.
Outra prática duramente criticada pelo prefeito e seus correligionários era a presença de forasteiros no governo anterior. Aí, quando assume, o atual prefeito inunda a prefeitura de forasteiros. Não se deve condenar a prática em si, na visão administrativa é interessante trazer profissionais de fora para agregar uma nova visão e contribuir para o crescimento da organização como um todo. O que é execrável nessa situação é repetir uma atitude que antes se rejeitava. Isso caracteriza o prefeito como o político mais incoerente e controverso que se tem notícia na história de Uruará. Por falar em incoerência, a prefeitura ainda não decidiu se é o governo da reconstrução, o governo do novo, ou “nossa terra, nosso futuro”. Por não terem deixado isso claro, surgiu um quarto nome que se encaixa perfeitamente “Governo Pode Tudo”.
PROMESSAS CUMPRIDAS X PROMESSAS ESQUECIDAS
O prefeito não prometeu nada de outro mundo, tudo era muito realizável, por isso era fácil de acreditar. A promessa de pagar os salários em dia, por exemplo, foi cumprida para quase todos os funcionários (algumas secretarias de menor importância recebiam com dias de diferença em relação a outras secretarias maiores). Sem dúvida esse é o ponto alto do discurso do prefeito em cada oportunidade que ele tem de falar ao público “os salários foram pagos rigorosamente em dias”, argumenta ele. Aqui é realmente necessário parar e parabenizar o prefeito por pegar o dinheiro que o Governo Federal manda todo mês para pagamento de funcionários, e realmente pagar os salários. Isso nunca aconteceu antes, merece os créditos.
No entanto, o prefeito não prometeu só pagar os salários dos funcionários, prometeu também valorizar os funcionários, pagando salários melhores e acabando com a prática de demitir funcionários contratados, herança do governo anterior. Ao que tudo indica, parece ter esquecido disso, pois reduziu ainda mais os salários e demitiu os funcionários nas férias. E o que dizer da promessa de bloquetear uma rua todo mês? Enfim, jogar telhas quebradas nas ruas está longe da ideia que se tem de urbanização...
Outra promessa foi de colocar a UPA para funcionar, segundo o prefeito, assim que assumisse ele iria fazer de tudo para que isso acontecesse o mais rápido possível, seria a prioridade. Mais uma promessa esquecida.
DINHEIRO TEM, NÃO PAGA PORQUE NÃO QUER
Deguste esse número: 79 milhões de reais. Bom, né? Então, essa foi a quantia recebida pela Prefeitura de Uruará no ano de 2017, somente através de repasses federais. Para se ter uma ideia, no primeiro ano do governo Banha, esse valor foi próximo de 52 milhões de reais. No entanto, mesmo com essa diferença enorme, toda vez que o prefeito pega um microfone, a primeira coisa que faz é contar a triste estória da diminuição de recursos. Acredita quem quer.
Por falar em acreditar, o governo se destacou no quesito propaganda. Veja bem, marketing político é um conjunto de estratégias voltadas a entender os anseios do povo e direcionar a administração pública a atender esses desejos. Propaganda é uma ação de venda, a venda de uma imagem, de uma ideia ou de uma marca. O governo não utilizou marketing, utilizou a propaganda. E se valendo da propaganda, tentou fazer com que o povo acreditasse que uma ponte de madeira custou 150 mil reais. Quase esqueci de dizer que a ponte tem passarela também. O mesmo governo que reclama de não ter dinheiro, fez contratos milionários com diversas empresas. Acredita quem quer.
O QUE ESPERAR PARA 2018?
Tudo de bom e do melhor. Segundo o prefeito, teremos mais de 5 km de asfalto, uma praça na Baixada e outra na Vila Brasil, duas quadras na Zona Rural, duas creches e muito mais. Ele falou isso na Confraternização dos Funcionários, um ato político-eleitoral promovido pelo prefeito em sua residência. Já que 2018 é ano eleitoral, a possibilidade dessas promessas acontecerem é bem maior, porque o prefeito precisa mostrar serviço, caso contrário não terá força política para pedir votos aos candidatos a deputado e governador. Então as expectativas são as melhores e eu estou ansioso para, no final de 2018, escrever uma retrospectiva contando as grandes obras realizadas pelo governo e ver Uruará, cidade que tanto amo, finalmente ter melhorias significativas para todo o povo.
Marcos Coelho
Consultor Político
Especialista em Marketing Político e Organização de Campanha Eleitoral