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domingo, 30 de agosto de 2015

Polícia Civil divulga resultados finais da operação Amazônia Legal

A Polícia Civil divulgou, nesta sexta-feira, 28, os resultados finais da primeira fase da operação “Amazônia Legal”, que desarticulou um esquema criminoso de fraudes no sistema de créditos florestais do Estado. No total, 15 pessoas foram presas por ordens de prisão preventiva expedidas pela Justiça em decorrência das investigações presididas pela delegada Juliana Cavalcante, da Divisão Especializada em Meio-Ambiente (DEMA). O inquérito será concluído e encaminhado à Justiça na próxima segunda-feira. Doze dos acusados foram presos, no último dia 22, durante a deflagração da operação, em Belém, Santarém, Redenção, Tucuruí, Uruará e Novo Progresso, no Pará; Maceió em Alagoas e Itinga no Maranhão.
Entre os dias 24 e 27, outras três pessoas foram presas com ordens de prisão preventiva cumpridas pela Polícia Civil. Mais três pessoas estão foragidas. No dia 22, foram presos Itamar Gomes de Vasconcelos, em Maceió; Paulo Sérgio da Silva, de apelido “Paçoca”, em Redenção; Willian Augusto Ribeiro de Andrade, em Tucuruí; Almir de Sousa Gomes, em Itinga (MA); Wellington de Oliveira Silva, em Itinga (MA); Marcello Gomes Tartaglia, em Tucuruí; Enio Jouguet Barbosa, em Belém; Charles Andrey Mezetti, de apelido “Cabeção”, em Santarém; César de Paula Cordeiro, de apelido “Koko”, em Novo Progresso; Sidnei Gomes, de apelido “Animal”, em Belém; Eudemberto Sampaio de Souza, de apelido “Beto”, em Uruará, e Elton Junior Santos de Castro, em Uruará.
No dia 24, foi preso, em Belém, Iran Estumano Pereira, acusado de comprar créditos florestais de empresas desbloqueadas no esquema. Já no último dia 26, foi preso Edmilson Rodrigues da Silva e no dia seguinte, foi preso Rodrigo Beachini de Andrade. O primeiro trabalha como despachante para a empresa Serra Norte, de propriedade do segundo. A empresa foi uma das firmas que teve os créditos desbloqueados de forma fraudulenta no esquema. Segundo a delegada, as materiais apreendidos, durante a operação, no último dia 22, como computadores, documentos de contabilidade, entre outros, ainda passam por análises periciais.
ESQUEMA A operação foi deflagrada pela Polícia Civil em parceria com a SEMAS (Secretaria de Meio-Ambiente e Sustentabilidade) para desarticular um esquema de fraudes na compra e venda de créditos florestais de empresas cadastradas no Sisflora – Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) e no Sistema de Controle Florestal do Ibama. Além dos mandados de prisão preventiva, a Justiça expediu mandados de busca e apreensão em domicílios nessas cidades. As investigações iniciaram após o homicídio de Ananias Alex Silva dos Santos, na cidade de Uruará, em 27 de fevereiro deste ano.
Ele era empresário do ramo madeireiro e também estava envolvido no esquema, no qual atuava como “papeleiro”, responsável em realizar transações ilegais com outros “papeleiros” que também vendiam créditos para “esquentar” madeira obtida de áreas que não podem ser desmatadas. Com a apreensão do aparelho telefônico de Ananias, foi possível identificar que a vítima agia para identificar empresas bloqueadas no Sisdof (Sistema de Documento Florestal) administrado pelo Ibama e no Sisflora, administrado pela Semas, com grande volume de créditos florestais disponíveis. As investigações mostravam que Alex providenciava o desbloqueio das empresas de forma fraudulenta através de Josiel Borghi Paulo, morador em Goianésia do Pará.
As investigações mostram que Josiel foi o responsável em contratar um “cracker” para invadir e clonar as senhas de superintendentes regionais do Ibama em Belém e em Marabá, e outro no Rio Grande do Sul. Ao todo, 23 empresas tiveram os dados desbloqueados dos sistemas acarretando a movimentação ilegal de 28.365,06 metros cúbicos e um total de R$ 10.736.715,66. A organização criminosa investigada possui atuação inclusive no Estado do Mato Grosso, Maranhão e Alagoas, cujos integrantes estão estruturados voltados às práticas de estelionato, falsidade ideológica, uso de documento falso, lavagem de dinheiro, transporte ilegal de madeira, associação criminosa, entre outros crimes. Com as senhas clonadas foi possível o desbloqueio de empresas para acesso aos sistemas. Por PC-Pa