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quarta-feira, 15 de julho de 2015

Polícia Civil impede assalto a banco após prender associação criminosa na zona rural de São Miguel do Guamá

A Polícia Civil prendeu, nesta terça-feira, 14, na zona rural de São Miguel do Guamá, nordeste
paraense, seis integrantes de uma associação criminosa de assaltantes de banco que planejava atacar uma agência bancária, no município de São Domingos do Capim, nesta quarta-feira, na modalidade de roubo conhecida como "vapor" ou "novo cangaço". Com eles, oito armas de fogo, entre metralhadoras, fuzis, escopetas e pistolas, além de bananas de dinamite, dezenas de munições, coletes à prova de balas e fardamentos militares, foram apreendidos. 
Á esquerda, "Cuia" morreu. Os demais foram presosOutro integrante do grupo reagiu a tiros, no momento em que seria preso e acabou baleado, morrendo pouco depois. Os presos e o material apreendido foram conduzidos para a sede da Delegacia-Geral, em Belém, onde foi realizada uma entrevista coletiva a jornalistas para apresentar os resultados da operação policial sob coordenação da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), e que contou com policiais civis do Núcleo de Inteligência Policial (NIP) e do Grupo de Pronto-Emprego (GPE) da Polícia Civil.
Participaram da entrevista coletiva o secretário de Estado de Segurança Pública, Jeannot Jansen; o delegado-geral Rilmar Firmino de Sousa; o delegado Evandro Araújo, da DRCO, e o coronel Leão Braga, comandante de Missões Especiais da PM. De acordo com o delegado Evandro, a operação policial recebeu o nome de "Tacacá" em alusão ao apelido "Cuia" do assaltante Lindoandro Visqueira Martins, foragido da Justiça dos Estados do Pará, São Paulo, Mato Grosso e Bahia, por envolvimento em assaltos a bancos. "Cuia" fugiu do presídio federal em Catanduvas, no Parará, no ano passado. O grupo era investigado desde dezembro passado. Eles são suspeitos de envolvimento em roubo a banco registrado em Pacajá; em furto com arrombamento a
banco em Tucuruí, e na tentativa de explosão a banco em Santa Maria do Pará. Durante as investigações, os policiais levaram o nome de Maria Raimunda Silva Teixeira, de apelido "Tita", esposa de "Cuia". "Ele tem um sítio, em São Miguel do Guamá, em que o grupo se reunia para planejar assaltos", detalha Evandro Araújo, ao salientar que a mulher já foi presa por tráfico de drogas e estava como foragida da Justiça do Pará.
Entrevista coletivaAssim, foi montada a operação para prender "Cuia", a esposa e demais membros do grupo. Ao todo, mais de 20 policiais civis, do GPE, DRCO, NIP e apoio do delegado Augusto Potiguar, de Abaetetuba, participaram da operação, iniciada na madrugada desta terça-feira. Os policiais se posicionaram às proximidades de um ramal, onde os bandidos guardavam os mantimentos que seriam usados para mantê-los no mato por cerca de cinco dias. Ali, explica o delegado, as equipes ficaram em campana até, por volta de 2 horas, quando dois integrantes do grupo saíram do mato e foram surpreendidos pelos policiais.
Após a prisão da dupla, os policiais civis continuaram perto do ramal, por onde, segundo informações levantadas na investigação, "Cuia" sairia no início da manhã. Já, por volta de 8 horas, os policiais avistaram dois carros saindo do ramal. Foi nesse momento que os veículos foram abordados e os condutores receberam ordem para parar. Porém, "Cuia", que dirigia um dos veículos, não obedeceu a ordem e acelerou, colidindo com a traseira de uma das viaturas policiais descaracterizadas. Em seguida, o acusado sacou uma arma de fogo e passou a atirar em direção aos policiais civis, que revidaram e atingiram o assaltante. "Cuia" ainda chegou a ser socorrido e colocado em uma ambulância, mas morreu enquanto era atendido. Ele era piauiense, mas morava em Mato Grosso. Já esteve preso na cidade de Cuiabá e no Pará.
Apreensões No sítio, foram apreendidas as seguintes armas: três escopetas calibre 12; um fuzil Mosquefal 7,63; um fuzil calibre ponto 30; uma metralhadora calibre ponto 45, e duas pistolas de calibres ponto 40 e ponto 380. Ainda, em poder do grupo, foram apreendidas 42 explosivos, tipo banana de dinamite; fardas militares semelhantes às das forças armadas; um colete à prova de balas, capuzes de segurança do tipo balaclava, e estopim de detonação de explosivo.
Além de Maria Raimunda, foram presos Marcela Uchoa Campos Diniz, responsável em levar os alimentos e remédios para o grupo criminoso no sítio; Renato da Costa Muniz, que tem mandado de prisão e estava foragido; Marcos Mota da Silva, que já responde na Justiça por roubo; o maranhense Nailton Pereira de Oliveira, de apelido "Dente de Sabre", que está envolvido em três ocorrências de roubos a banco na cidade de Baião no Pará, e Genivaldo de Jesus Teixeira, irmão de "Tita" e cunhado de "Cuia". Os presos foram encaminhados para a DRCO, para prestar depoimento, e depois transferidos ao Sistema Penitenciário na Região Metropolitana de Belém. Eles vão responder pelos crimes de associação criminosa, posse e porte ilegal de armas de fogo de uso restrito, e posse ilegal de explosivos. A presa Maria Raimunda usava um documento de identidade falso e por isso vai responder também por uso de documento falso. 
PRISÕES De acordo com o delegado-geral Rilmar Firmino, só este ano, 42 integrantes de grupo de assaltantes de banco foram presos no Pará. Ele explica que a repressão aos grupo de assaltantes de banco no Pará conta com pronta responsa do Sistema Integrado de Segurança Pública do Pará. A exemplo do assalto a banco registrado em Trairão, na sexta-feira passada, quando em poucas horas, um helicóptero do Grupamento Aéreo e policiais civis e militares do Comando de Operações Especiais (COE) e da DRCO de Belém já estavam na cidade. Além disso, o delegado-geral destaca a mobilização dos efetivos de policiais dos municípios vizinhos que se empenham na busca aos assaltantes.
"A mobilidade é um fator muito importante. Em menos de dois dias após o assalto, a gente conseguiu identificar todos os integrantes do grupo", destaca. Ele ressalta que todos os casos de assaltos a bancos registrados que a Polícia não consegue evitar são desvendados. Ainda, conforme Firmino, o Sistema de Segurança Pública mantém a operação denominada "Reprerban" (Repressão e Prevenção de Roubos a Bancos), que tem ajudado a diminuir muito as ocorrências de roubos a bancos no Pará.   PC-PA