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quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Reajuste autorizado pela Aneel é o maior desde privatização da Celpa

Dieese aponta que este foi o maior aumento na conta de luz desde 1998.

Concessionária atribui aumento a crise no setor energético.

Um levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que o aumento médio de 34,9% na cobrança energia elétrica, autorizado pela Aneel nesta terça-feira (5), será o maior reajuste de preços feito pela Rede Celpa desde a privatização da concessionária, em 1998. O G1 entrou em contato com a Celpa e aguarda posicionamento sobre o reajuste.
A Celpa havia encaminhado ofício pedindo um reajuste ainda maior, na casa de 37%, durante o mês de julho. de acordo com a concessionária, o aumento na cobrança era uma necessidade já que a crise nacional do setor energético encareceu a produção de energia, que é comprada pela empresa em leilões do Governo Federal. Segundo o economista Roberto Sena, o aumento é despoporcional. "Desde a privatização da Celpa, em 1998 o reajuste, já alcança mais de 400%, contra uma inflação estimada em 176%", pondera.
Ainda de acordo com a pesquisa, o aumento - que passa a valer à partir do dia 7 de agosto - afeta 2 milhões de consumidores em todo o estado. Os consumidores de alta tensão, como indústrias, terão o maior reajuste: 36,41%, enquanto as residências devem pagar 34,34% a mais.
Este é o décimo quinto aumento da Celpa desde 1998 - apenas em 2011 não houve aumento na tarifa. Em 2013 o reajuste ocorreu no mesmo período, e foi de 11,52% para os consumidores residenciais.

Impacto no orçamento

Para Roberto Sena, o impacto dos reajustes da conta de luz no bolso do consumidor são bem maiores que os aumentos autorizados pela agência reguladora. "A elevação das alíquotas de ICMS sobre a energia elétrica em janeiro de 2001, aliado aos reajustes para cobrir os prejuízos da Rede Celpa com o apagão em janeiro de 2002, mais os reajustes anuais do segundo apagão até 2005 fizeram com que o valor da tarifa de energia elétrica cobrada pela Celpa no Pará tivessem um crescimento expressivo", pondera Sena.
O aumento também prejudica atividades econômicas, como indústria e comércio, já que a cobrança destes grandes consumidores subiu mais de 260% em 12 anos. "Com isso a população deverá sofrer novamente um duplo impacto, o primeiro pelo próprio reajuste da tarifa nas contas residenciais, bem acima da inflação, e o segundopela inflação causada pela subida nos preços em função dos repasses dos reajustes do Setor Industrial e Comercial para todos", conclui o economista.