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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Operários invadem, saqueiam e ateiam fogo em canteiro de obras

"Trabalhadores resolveram se manifestar devido ausência de pagamento. Duas pessoas foram atingidas durante ação da polícia",
Operários do Residencial Moaçara, do Programa Minha Casa Minha Vida, revoltados com a paralisação das obras e com a ausência de pagamento, resolveram fazer uma manifestação na tarde desta quinta-feira (26), em Santarém, oeste do Pará. De acordo com testemunhas, por volta das 14h, os manifestantes invadiram o canteiro de obras e saquearam o setor administrativo, levando computadores, telefones, capacetes de segurança e botas. Em seguida, atearam fogo no local.
Manifestante foi atingido na nuca por bala de borracha. O Grupamento Tático Operacional (GTO) da Polícia Militar foi acionado. A polícia utilizou bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha para conter a manifestação.
Duas pessoas foram atingidas, um trabalhador, na nuca, por uma bala de borracha, e uma repórter de uma emissora local, foi atingida na mão e na perna, por estilhaços de gás lacrimogênio.
A repórter Márcia Reis, de 32 anos, foi atendida em um hospital particular e já foi liberada. O operário, Antônio Pires de Souza, de 49 anos, foi levado para o hospital municipal. De acordo com a assessoria do hospital, Antônio foi avaliado pelo médico plantonista, recebeu curativo, foi medicado e já teve alta médica, depois de apresentar boas respostas aos estímulos.
Dois manifestantes foram detidos e levados à delegacia. Paralisação das obras e salários atrasados
Os manifestantes afirmam que as obras do residencial estão paradas há mais de um mês e que nesse período estão sem receber salário e outros direitos.
GTO foi acionado para conter manifestação (Foto:
Marina Ferreira/TV Tapajós)
Mais de 750 operários trabalham no empreendimento do Programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal. As obras estão paradas porque a empresa responsável pelas obras está em recuperação judicial.
De acordo com os operários, devido a paralisação das obras, eles estão sem receber salário e outros direitos. “Estamos com o décimo atrasado, salário atrasado. A empresa disse para nós virmos aqui hoje, dia 26, para receber, mas não encontramos aqui para dar uma justificativa para nós”, afirmou o pedreiro Hardisson Santos. Segundo os trabalhadores, no dia 16 de dezembro, eles assinaram um aviso prévio com a empresa, mas após essa data não conseguiram mais contato com a empresa. “Não tem ninguém para dar satisfação aí e todos nós que estamos aqui queremos os nossos direitos sem briga, sem prejudicar ninguém”, reclamou o pedreiro Josenias Corrêa. Os trabalhadores já procuraram o Ministério do Trabalho, que os aconselhou a esperarem até esta quinta-feira, data marcada para reunir com os representantes da empresa. “O delegado lá no Ministério falou que era para nós esperarmos até hoje. Fomos ao sindicato e não deram atenção para nós e estamos procurando os nossos direitos”, relatou o pedreiro Francisco da Silva.
Nota
A empresa responsável pela obra informou em nota, à TV Tapajós, que ingressou com uma ação de recuperação judicial, cujo processo está em tramitação na comarca de Ananindeua, Pará; e por isso, não pode efetuar qualquer pagamento até que o processo seja resolvido.