A orla de Altamira está tomada por barracas desde a última segunda-feira, quando cerca de 50 famílias montaram acampamento no local. São agricultores da região de Uruará, distante 180 quilômetros de Altamira. Unindo forças aos agricultores, índios de várias etnias também fazem parte do movimento. O protesto mais uma vez envolve a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu. A mobilização é organizada por entidades como o Movimento Xingu Vivo para Sempre, Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
Entre as ações apresentadas por agricultores e indígenas está um projeto que propõe novas formas de geração de energia limpa, numa tentativa de frear o projeto de construção da hidrelétrica de Belo Monte. A geração de impactos ambientais, a possibilidade de mudanças climáticas e a perda de identidade das tribos indígenas, com a remoção dos povos de seus locais de origem, ainda são as principais teorias utilizadas pelo movimento para criticar a obra.
Entre seus principais críticos está dom Erwin Krautler, bispo da prelazia do Xingu e representante dos povos indígenas da região. Dom Erwin insiste em pedir mais tempo ao governo, pois segundo ele, o projeto é grandioso e trará sérios problemas ambientais e sociais à região.
O protesto foi motivado pelo anúncio de que a concessão da usina de Belo Monte deve sair até a segunda quinzena deste mês. Em tom de revolta, simpatizantes do movimento aproveitaram para criticar o poder judiciário e a pressa do governo brasileiro em lançar o projeto.
Até agora pouco mais de 100 indígenas de 15 etnias estão em Altamira, mas a organização do encontro acredita que até o final desta semana, pelo menos 500 se devem se juntar à mobilização que promete ganhar as ruas. (Diário Online com informações da Susursal de Santarém)