Terminou sem êxito, na tarde de ontem, as buscas aos assaltantes que roubaram mais R$ 1,1 milhão em dinheiro da agência central do Banpará, em Santarém, no último dia 03. Durante sete dias, equipes das Polícias Civil, Militar e Federal empreenderam buscas nas matas, entre os municípios de Santarém, Uruará e Placas, para onde os bandidos fugiram logo após o roubo. E apesar do empenho dos policiais e até do Ibama que chegou a ceder um helicóptero para ajudar na caçada, apenas o veículo usado pelos marginais foi encontrado no meio da floresta. Trata-se de um Volkswagen Gol, cor prata, da cidade de Caçu, no estado de Goiás.
Durante a operação também foram detidos seis homens, todos acusados de receber dinheiro para facilitar a fuga dos assaltantes. As seis pessoas são Francisco dos Santos, 49 anos; Doraci Nascimento de Sousa, 38 anos; Francisco das Chagas Ramos da Silva, 27 anos; José Jonas Alves dos Santos, 26 anos; Adelson Araújo de Lima, 23 anos e Abenai da Paz da Silva, 35 anos. Todos são moradores do recém-criado município de Mojuí dos Campos, mas trabalham como funcionários de uma madeireira, na região do rio Curuatinga, por onde os assaltantes passaram em fuga. Eles confirmaram em depoimento ao diretor do Grupo de Combate ao Crime Organizado, delegado Sílvio Birro Neto, que receberam dinheiro dos assaltantes para facilitar a fuga dos mesmos.
Em poder dos operários a polícia encontrou a quantia de R$ 14.900,00 que foram pagos como recompensa pela facilitação da fuga. Esse dinheiro, segundo a polícia, é parte do montante roubado do Banpará. Nos depoimentos ficou claro que o operador de máquinas José Jonas Alves dos Santos utilizou uma pá carregadeira para esconder, no meio da mata fechada, o carro usado pelos assaltantes. Já o nacional Abenai da Paz Silva vendeu uma das motocicletas que foram usadas pelos bandidos para fugir do cerco policial. Contando com esse apoio, os marginais conseguiram alcançar a rodovia Transamazônica e tomaram rumo ignorado.
Para a polícia, o apoio dado pelos funcionários da madeireira foi fundamental para que os bandidos escapassem do cerco. O péssimo estado de conservação das estradas, a falta de comunicação e a mata densa também são apontados como fatores que contribuíram decisivamente para a fuga dos bandidos.
