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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Deputado pede que FUNAI evite conflito entre índios em Uruará e Placas

A demarcação foi feita no sentido que vai até a reserva indígena dos Arara, compreendendo todo o polígono onde vivem e trabalham milhares de pessoas assentadas do INCRA. O resultado não poderia ser outro, foi reacendida a antiga animosidade existente entre as etnias Arara e Amaramã.


Em pronunciamento na Tribuna da Câmara dos deputados no ultimo dia 30 de Setembro, o Deputado Lira Maia solicitou providências por parte da Funai e do Presidente Lula para evitar o eminente conflito entre as tribos ARARA e AMARAMÃ em Uruará e Placas, no Estado do Pará.É que em primeiro de julho de 2008 o Ministro da Justiça assinou Portaria autorizando a criação da Reserva Indígena Cachoeira Seca sem levar em consideração os aspectos da região e utilizando dados antropológicos aéreos. A demarcação foi feita no sentido que vai até a reserva indígena dos Arara, compreendendo todo o polígono onde vivem e trabalham milhares de pessoas assentadas do Incra. O resultado não poderia ser outro, foi reacendida a antiga animosidade existente entre as etnias Arara e Amaramã.Os Arara são conhecidos na região pela sua indocilidade, tanto que demoraram 11 anos para aceitar os primeiros contatos com o homem branco, o que só ocorreu em 11 de março de 1981. Entre os Amaramã e os Arara existe até hoje uma rivalidade histórica.
Os próprios indígenas já se manifestaram contrários a demarcação conforme foi feito pela FUNAI e mesmo assim, o Órgão responsável pela defesa dos indígenas ignorou estas manifestações.
Em seu discurso na tribuna, Lira Maria pede que o Presidente da República não homologue a criação da reserva, porque isso vai provocar problemas sociais a diversos produtores rurais que estão naquela área a décadas, e irá acender um conflito entre duas tribos indígenas, o que poderá resultar numa tragédia sem precedentes.A terra onde a FUNAI insiste em demarcar é cortada por 35 estradas vicinais nos municípios de Uruará e Placas, todas com forte presença humana, plantações de cacau, pastagens e criação de gado bovino. Apesar dessa ocupação, os colonos vivem em paz com os Amaramã, porque eles ocupam a área a partir do Igarapé Olhões, para o sentido oeste, que não incide e nem conflita com a área dos mesmos.