Ciência e Saúde - Açaí: mais um aliado no combate ao infarte
- Alimento abundante na natureza e nas mesas paraenses, o açaí é o prato principal de muitas famílias em muitos municípios do Estado. Tomando açaí diariamente, a população talvez não saiba que está se prevenindo contra arteriosclerose (obstrução de veias e artérias), uma das principais causas de morte no mundo (46%). Em 1999, uma pesquisa de doutorado na área de Engenharia Química, realizada pelo professor Hervé Rogez, mostrou que o açaí possuía, em maior quantidade, o mesmo corante presente nas uvas, a antocianina. Assim, um litro de açaí médio contém 33 vezes mais antocianina que um litro de vinho tinto francês. A antocianina é uma substância antioxidante que impede a oxidação do colesterol na parede das artérias e, consequentemente, a não formação da placa responsável pelo entupimento dos vasos.Isto possibilita afirmar que quem toma açaí corre menos risco de infarto e derrame. É o caso, por exemplo, da população de Igarapé-Miri, que está sendo estudada, há dez anos, pelo cardiologista Eduardo Costa, professor da Faculdade de Medicina da UFPA. Ele realiza uma série de exames clínicos no município, entre os quais, de sangue, medição da pressão, verificação de peso e altura, entre outros. AVALIAÇÃOAvaliando exames de mais de 800 pessoas que tomam açaí e mais de 200 que não tomam, o cardiologista observa que o HDL (o bom colesterol) é elevado e o LDL (mau colesterol) está em níveis normais nas pessoas que tomam açaí. este dado mostra que esse grupo possui menos riscos de sofrer com doenças arterioscleróticas do que a amostra da população que não consome o alimento. São vários os fatores que colaboram para que um indivíduo tenha problemas de entupimento de vasos sanguíneos: cigarro, estresse, diabetes, hipertensão arterial, obesidade, sedentarismo e colesterol alto, sem contar com fatores não alteráveis, como a idade e a herança genética. Todos eles são responsáveis pela lesão da parede de veias e artérias.Quando o sangue passa por essas vias lesionadas levando muito LDL (colesterol maléfico), a gordura entra na parede dos vasos, e, em contato com o oxigênio, dá início à formação de placas chamadas ateromas, que entopem as vias sanguíneas. O acúmulo dessas placas impede, progressivamente, a circulação do sangue. Se o entupimento for em vias cardíacas, o indivíduo sofre um infarto; se for em vias cerebrais, um acidente vascular cerebral (AVC ou derrame).Rico em antocianina, uma substância antioxidante, o açaí abastece o organismo contra a formação de placas de gordura. Mas vale ressaltar que o açaí sozinho não impede que uma pessoa contraia doenças arterioscleróticas. Ele combate apenas um dos fatores que contribuem para a lesão dos vasos sanguíneos. Entre outras ações, não fumar, não se estressar, não engordar, devem ser levadas em consideração para a prevenção desse tipo de doença. Esta não é a primeira análise clínica que o cardiologista realiza tomando como parâmetro a base alimentar da população. Desde 1989, Eduardo Costa se propõe a estudar em que medida alimentos tipicamente amazônicos contribuem ou não para a saúde.Um de seus estudos comparou as populações que se alimentavam de peixe (rico em Ômega 3) com aquelas que consumiam outros tipos de carnes. O professor realizou exames em vários municípios. Entre a população de Cotijuba, por exemplo, o risco de infartar ou sofrer derrame não é alto (68% possuem baixo risco e 32% risco médio).
- Alimento abundante na natureza e nas mesas paraenses, o açaí é o prato principal de muitas famílias em muitos municípios do Estado. Tomando açaí diariamente, a população talvez não saiba que está se prevenindo contra arteriosclerose (obstrução de veias e artérias), uma das principais causas de morte no mundo (46%). Em 1999, uma pesquisa de doutorado na área de Engenharia Química, realizada pelo professor Hervé Rogez, mostrou que o açaí possuía, em maior quantidade, o mesmo corante presente nas uvas, a antocianina. Assim, um litro de açaí médio contém 33 vezes mais antocianina que um litro de vinho tinto francês. A antocianina é uma substância antioxidante que impede a oxidação do colesterol na parede das artérias e, consequentemente, a não formação da placa responsável pelo entupimento dos vasos.Isto possibilita afirmar que quem toma açaí corre menos risco de infarto e derrame. É o caso, por exemplo, da população de Igarapé-Miri, que está sendo estudada, há dez anos, pelo cardiologista Eduardo Costa, professor da Faculdade de Medicina da UFPA. Ele realiza uma série de exames clínicos no município, entre os quais, de sangue, medição da pressão, verificação de peso e altura, entre outros. AVALIAÇÃOAvaliando exames de mais de 800 pessoas que tomam açaí e mais de 200 que não tomam, o cardiologista observa que o HDL (o bom colesterol) é elevado e o LDL (mau colesterol) está em níveis normais nas pessoas que tomam açaí. este dado mostra que esse grupo possui menos riscos de sofrer com doenças arterioscleróticas do que a amostra da população que não consome o alimento. São vários os fatores que colaboram para que um indivíduo tenha problemas de entupimento de vasos sanguíneos: cigarro, estresse, diabetes, hipertensão arterial, obesidade, sedentarismo e colesterol alto, sem contar com fatores não alteráveis, como a idade e a herança genética. Todos eles são responsáveis pela lesão da parede de veias e artérias.Quando o sangue passa por essas vias lesionadas levando muito LDL (colesterol maléfico), a gordura entra na parede dos vasos, e, em contato com o oxigênio, dá início à formação de placas chamadas ateromas, que entopem as vias sanguíneas. O acúmulo dessas placas impede, progressivamente, a circulação do sangue. Se o entupimento for em vias cardíacas, o indivíduo sofre um infarto; se for em vias cerebrais, um acidente vascular cerebral (AVC ou derrame).Rico em antocianina, uma substância antioxidante, o açaí abastece o organismo contra a formação de placas de gordura. Mas vale ressaltar que o açaí sozinho não impede que uma pessoa contraia doenças arterioscleróticas. Ele combate apenas um dos fatores que contribuem para a lesão dos vasos sanguíneos. Entre outras ações, não fumar, não se estressar, não engordar, devem ser levadas em consideração para a prevenção desse tipo de doença. Esta não é a primeira análise clínica que o cardiologista realiza tomando como parâmetro a base alimentar da população. Desde 1989, Eduardo Costa se propõe a estudar em que medida alimentos tipicamente amazônicos contribuem ou não para a saúde.Um de seus estudos comparou as populações que se alimentavam de peixe (rico em Ômega 3) com aquelas que consumiam outros tipos de carnes. O professor realizou exames em vários municípios. Entre a população de Cotijuba, por exemplo, o risco de infartar ou sofrer derrame não é alto (68% possuem baixo risco e 32% risco médio).
